A questão das drogas é tratada pelos diferentes governos sob uma perspectiva de criminalização dos usuários e repressão policial, que gera violência e mortes, especialmente da população preta, pobre e periférica. Com o falso nome de “guerra às drogas” o que vemos no Estado de São Paulo e em Ribeirão Preto, é, na verdade, uma política de extermínio da juventude negra. Essa política proibicionista não cumpre o papel de diminuir o uso de drogas pela população, ao invés disso, é responsável pela realidade do tráfico e das recentes mortes ocorridas na Baixada Santista, através da Operação Escudo do governador Tarcísio de Freitas. Na prática, a guerra às drogas significa uma guerra à população negra e periférica, colocando milhares de jovens desde cedo no circuito violento do tráfico.

O julgamento no STF que descriminalizou o porte de maconha para uso pessoal é um avanço tímido, muito aquém do necessário para mudar a realidade de guerra aos pobres e de encarceramento da juventude negra. É preciso uma outra política de drogas voltada para um tratamento humanizado de redução de danos e combate à miséria, e não para a criminalização, violência e higienismo como acontece atualmente.

Por fim, também do ponto de vista econômico, Ribeirão Preto já é referência em estudos sobre o uso medicinal da cannabis, a luta e o apoio à descriminalização pode tornar Ribeirão Preto um polo da produção e da pesquisa no uso medicinal, industrial e comercial da cannabis, integrando a pesquisa científica com o desenvolvimento econômico.

● Descriminalização e regulamentação de todas as drogas, começando pela descriminalização do uso e do porte de drogas e pela legalização da maconha;

● Dissociar a questão das drogas como uma questão de polícia;

● Aproximar as instâncias da saúde pública e coletiva dos usuários a partir da perspectiva da Redução de Danos; avanço das redes de atenção psicossocial aos casos de uso abusivo (CECO, CAPS AD, Consultórios na Rua etc);

● Por um novo paradigma de reabilitação que não seja o da lógica manicomial; laicidade no tratamento público e lutar contra as comunidades terapêuticas;

● Alternativas de lazer para a juventude como medida de combate ao uso endêmico e patológico de droga;

● Por uma outra política de drogas: criar programas emergenciais de combate à miséria, incentivo ao emprego e à renda para as populações socialmente vulneráveis.